Personagens: Calisto, senhorita de Guénic (Zefirina), Gasselin, Mariotte, senhor Grimont (cura), senhorita de Pen-Hoël (Jaquelina), senhor du Halga, Felicidade de Touches (Camilo Maupin), Beatriz de Rochefide, Gennaro Conti, Marquês de Rochefilde (Artur), Claúdio Vignon, Carlota de Kergarouët, Viscondessa de Kergaouët, Sabina de Grandlieu, Clotilde, Atenais, Justo de Grandlieu, Josefina Schiltz (senhora Schontz), Fabiano de Ronceret, abade Brossette, Conde Máximo de Trailles, Conde de la Palférine.
A história se passa entre 1836 e 1840.
A história é complexa. Calisto apaixonou-se por Beatriz, mulher que deixara o marido para viver com o amante, o cantor Conti. Calisto, filho único de um barão da Bretanha estava prometido para Carlota, mas inspirou o amor de Felicidade de Touches/Camilo Maupin. Camilo, querendo afastar Calisto da falsa Beatriz, fez dele seu herdeiro e arranjou seu casamento com Sabina de Grandlieu. Depois de três anos de casado, Calisto reencontrou Beatriz, abandonada por Conti e tornou-se seu amante. A duquesa, mãe de Sabina, armou um plano: arranjou um marido, Fabiano, para a senhora Schontz, amante de Artur de Rochefilde, e com ajuda dos condes Máximo e de la Palférine, conseguiu a reconciliação de Beatriz com Artur. Calisto voltou para Sabina, que esperava o seu segundo filho. Camilo, por sua, vez, recolheu-se a um convento.
Em Beatriz, Balzac mistura fórmulas usadas em diversos outros textos. A narrativa começa como romance de costumes provincianos, bem ao gosto de Balzac, com descrições extensas e minuciosas de Guerande, na Bretanha. Passa-se a um romance de literatos, quando descreve as reuniões de intelectuais na casa de Camilo Maupin. Logo após vem a história passional de Calisto e Beatriz. Com o casamento de Calisto e as cartas de Sabina para a sua mãe, a trama passa a se parecer com Memórias de Duas Jovens Esposas. Com o romance de Calisto com Beatriz e a trama para separá-los entra-se no clima de intrigas nos salões parisienses, também querido do autor. Segundo Rónai: “A obra, que até aqui mostrava oscilações de interesse e ritmo, a partir de agora avança com rapidez crescente, para, no final, a trágica tensão que pesava sobre as personagens resolver-se numa espantosa tragicomédia, em que todos concordam em sair logrados contanto que, por sua vez, também consigam lograr alguém".
Não é, sem dúvida, o melhor de Balzac. Com certeza contribuiu para isso o fato dele ter escrito a primeira parte seis anos antes da segunda.
Nenhum comentário:
Postar um comentário