segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Os segredos da Princesa de Cadignan

Os segredos da Princesa de Cadignan (junho de 1833- maio de 1839)


Volume IX: Estudos de Costumes - Cenas da Vida Parisiense


Personagens principais: Princesa de Cadignan ( Diana de Mafrigneuse, Uxelles), Marquesa d´Espard, Toby, Marquesa de Cinc-Cygne, De Marsay, Miguel Chrestien, Daniel D´Arthez, Emílio Blondet, sra. de Montcornet, Rastignac, Marquês d´Estrignon, Máximo de Trailles, barão de Nuncingen, Blondet, Nathan. 

A história inicia em 1829. 


A novela conta a conquista pela experiente Diana de Mafrigneuse, a Princesa de Cadignan do título, do ingênuo e circunspecto escritor Daniel D´Arthez. A bela Diana, que já fora amante de parte considerável do elenco masculino da Comédia Humana, encontrava-se, após a Revolução de Julho, em Paris, com seu filho já adulto enquanto seu marido acompanhara a família real no exílio. 
Diana "ao ver chegar a terrível falência do amor, essa idade dos quarenta anos, para além da qual tão pouca coisa resta à mulher, a princesa lançara-se no reino da filosofia (...) A literatura e a política são hoje para as mulheres o que outrora era a devoção, o último asilo de suas pretensões". 
Mas em maio de 1833, em uma conversa com sua amiga-rival, a sra. d´Espard, Diana fala sobre um rapaz que foi por ela apaixonado e morreu nas revoltas de junho de 1832, Miguel Chrestien. A sra. d´Espard comentou que conhecia um grande amigo de Miguel e que o apresentaria à princesa: era o conhecido escritor Daniel D´Arthez. 
Assim começou a convivência que resultou no romance. Para justificar sua vida dissoluta ao honesto Daniel (lembremos que  Daniel D´Arthez é uma das "encarnações positivas" do próprio Balzac, o modelo de escritor que Balzac gostaria de ser), Diana contou como, quando ainda era uma menina, foi dada em casamento ao Duque de Mafrigneuse, muito mais velho, que era amante de sua mãe. E que seus erros se justificavam por esse fato, um tanto sórdido, mas não tão incomum no mundo da nobreza da época. Tudo indica que ela mentia, mas mentia por amá-lo. E o desfecho sugere que Daniel sabia da verdade. E ainda assim, quis ficar com ela. 
Paulo Rónai, na introdução, cita Anne-Marie Meininger que afirmou que a história se baseou na história da amor da Condessa Cordélia de Castellane com o Conde de Molé. 
Não é, nem de longe, o melhor da Comédia Humana. Mas é impossível parar de ler para conhecer o desfecho.