quarta-feira, 9 de março de 2011

A Mensagem (janeiro de 1832)

Volume III: Estudos de Costumes: Cenas da Vida Privada (lido entre 17 de outubro de 2009 e 2 de abril de 2010)

A Mensagem (janeiro de 1832)

Personagens: Julieta de Montpersan, conde de Montpersan, visconde, narrador, cônego de Saint-Denis, criada, filha da condessa.

A história se passa em 1819.
Nessa história curta, trágica e bem escrita, Balzac evidencia seu apreço pelas mulheres maduras. Balzac foi um grande amigo das mulheres. Antes dele, as heroínas de romance eram meninas de quinze, no máximo de vinte anos. Balzac abriu as portas do romance para as mulheres de trinta, de quarenta, de cinquenta anos. Balzac sabia do que falava. Aos 23 anos tornou-se amante de madame Laure de Berny, de 45. Essa relação foi decisiva para a vida e obra do autor da Comédia Humana.
Os personagens de
A mensagem, o narrador e o visconde, jovens na faixa dos vinte e poucos anos, viajavam em uma diligência de Paris para Moulins e discorriam sobre suas amantes mais velhas: “tínhamos começado por assentar como fato que não havia nada mais idiota na sociedade que uma certidão de nascimento; que muitas mulheres de quarenta anos eram mais jovens que certas mulheres de vinte, e que, afinal, as mulheres tinham realmente a idade que aparentavam ter (...). Enfim, depois de termos feito nossas amantes jovens, encantadoras, devotadas, condessas dotadas de bom gosto, espirituais, finas; depois de lhes termos dado lindos pés, uma pele acetinada e mesmo suavemente perfumada, nós nos confessamos, ele, que a senhora tal tinha trinta e oito anos, e eu, por minha vez, que adorava uma quadragenária”.
Os jovens estavam entegues à camaradagem fugaz, quando a diligência virou e tombou sobre o visconde. Agonizante, ele confiou ao narrador à tarefa de ir à sua casa apanhar as cartas escritas pela amante e dar a ela a notícia de sua morte. O narrador foi, pegou as cartas e rumou para a residência de Julieta de Montpersan. Lá a encontrou com o marido, a filha e um cônego, seu tio. Deu à mulher a triste mensagem e deu-lhe uma mecha dos cabelos do falecido visconde.
É um texto tão curto e tão perfeito que não há o que comentar. Há que ler.

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