Personagens: Júlia d´Aiglemont, Vítor, pai de Júlia, Arthur, Carlos de Vandenesse, Helena, Carlos, Abel, Gustavo, Moina.
A história se passa entre 1813 e 1844.
É lamentável que A Mulher de Trinta Anos seja o livro mais famoso de Balzac. Quem nunca leu Balzac e começar por esse livro não compreenderá a fama do seu autor.
Júlia d'Aiglemont casou-se com Vítor. Logo, porém, percebeu ter cometido um erro. Apaixonou-se, então, por Artur, mas ele morreu antes que a paixão dos dois se concretizasse. Após, Júlia tornou-se amante de Carlos de Vandenesse. Helena, filha de Júlia e Vítor, descobriu o segredo da mãe. Um sucessão de reveses levou a morte três filhos de Júlia (e de Carlos): o pequeno Carlos morreu em um acidente; Gustavo, de cólera; e Abel, na guerra. Helena, revoltada com a mãe, fugiu com “o Parisiense”, assassino e corsário. Depois de alguns anos reencontrou o pai, Vítor. Estava feliz e com quatro filhos. Após um naufrágio, perdeu o marido e três filhos. Depois, doente, reencontrou Júlia e terminou morrendo com a criança que restou. No final, Júlia lamentava a sorte de Moina, sua filha que restou: embora casada com um homem de boa situação, tornou-se amante do filho de Vandenesse. Amargurada, Júlia faleceu.
O resumo já demostra a confusão que é o romance. Episódios melodramáticos, mortes, acidentes, naufrágios. Paulo Rónai explica na introdução: A Mulher de Trinta Anos é a justaposição de seis contos diversos. Eles chegaram a ser publicados separadamente em épocas diferentes e depois fundidos na mesma história. Ocorre que a fusão resultou em uma “colcha de retalhos” na qual os personagens mudam de personalidade - Vítor ora parece frívolo e desagradável, ora, um bom pai e marido - a até o narrador, onisciente na maior parte do relato, aparece como testemunha de um episódio (a morte do pequeno Carlos em um acidente). O episódio da fuga de Helena com um corsário é bizarro para dizer o menos. A moça, criada na alta sociedade francesa, foge de forma inexplicável com um homem que viu uma única vez e vai viver no meio de piratas! Aqui há uma lembrança de Balzac antes da Comédia Humana: ele publicou diversos romances de qualidade duvidosa, inspirados na subliteratura inglesa da época.
Enfim, talvez A Mulher de Trinta Anos tenha servido para chamar a atenção do público para as mulheres maduras (embora outros romances, como A Mensagem, também o tenham feito). Reproduzo aqui uma citação de Gabriel Hanotaux e Georges Vicaire, que escreveram sobre o romance de Balzac com a senhora de Berny, bem mais velha do que ele: “Balzac prestou às mulheres um serviço imenso, que elas nunca lhe poderão agradecer suficientemente, pois duplicou para elas a idade do amor. Antes dele, todas as namoradas de romance tinham vinte anos. Ele prolongou até os trinta, até os quarenta anos sua vida ativa, pleiteando em seu favor, a causa da natureza, da verdade. Curou o amor do preconceito da mocidade... Multiplicou senão a alegria humana, pelo menos a consciência desta alegria”.
A história se passa entre 1813 e 1844.
É lamentável que A Mulher de Trinta Anos seja o livro mais famoso de Balzac. Quem nunca leu Balzac e começar por esse livro não compreenderá a fama do seu autor.
Júlia d'Aiglemont casou-se com Vítor. Logo, porém, percebeu ter cometido um erro. Apaixonou-se, então, por Artur, mas ele morreu antes que a paixão dos dois se concretizasse. Após, Júlia tornou-se amante de Carlos de Vandenesse. Helena, filha de Júlia e Vítor, descobriu o segredo da mãe. Um sucessão de reveses levou a morte três filhos de Júlia (e de Carlos): o pequeno Carlos morreu em um acidente; Gustavo, de cólera; e Abel, na guerra. Helena, revoltada com a mãe, fugiu com “o Parisiense”, assassino e corsário. Depois de alguns anos reencontrou o pai, Vítor. Estava feliz e com quatro filhos. Após um naufrágio, perdeu o marido e três filhos. Depois, doente, reencontrou Júlia e terminou morrendo com a criança que restou. No final, Júlia lamentava a sorte de Moina, sua filha que restou: embora casada com um homem de boa situação, tornou-se amante do filho de Vandenesse. Amargurada, Júlia faleceu.
O resumo já demostra a confusão que é o romance. Episódios melodramáticos, mortes, acidentes, naufrágios. Paulo Rónai explica na introdução: A Mulher de Trinta Anos é a justaposição de seis contos diversos. Eles chegaram a ser publicados separadamente em épocas diferentes e depois fundidos na mesma história. Ocorre que a fusão resultou em uma “colcha de retalhos” na qual os personagens mudam de personalidade - Vítor ora parece frívolo e desagradável, ora, um bom pai e marido - a até o narrador, onisciente na maior parte do relato, aparece como testemunha de um episódio (a morte do pequeno Carlos em um acidente). O episódio da fuga de Helena com um corsário é bizarro para dizer o menos. A moça, criada na alta sociedade francesa, foge de forma inexplicável com um homem que viu uma única vez e vai viver no meio de piratas! Aqui há uma lembrança de Balzac antes da Comédia Humana: ele publicou diversos romances de qualidade duvidosa, inspirados na subliteratura inglesa da época.
Enfim, talvez A Mulher de Trinta Anos tenha servido para chamar a atenção do público para as mulheres maduras (embora outros romances, como A Mensagem, também o tenham feito). Reproduzo aqui uma citação de Gabriel Hanotaux e Georges Vicaire, que escreveram sobre o romance de Balzac com a senhora de Berny, bem mais velha do que ele: “Balzac prestou às mulheres um serviço imenso, que elas nunca lhe poderão agradecer suficientemente, pois duplicou para elas a idade do amor. Antes dele, todas as namoradas de romance tinham vinte anos. Ele prolongou até os trinta, até os quarenta anos sua vida ativa, pleiteando em seu favor, a causa da natureza, da verdade. Curou o amor do preconceito da mocidade... Multiplicou senão a alegria humana, pelo menos a consciência desta alegria”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário