
Senhorita Else. Arthur Schnizler. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985. Tradução de Marijane Lisboa.
Senhorita Else é uma curta novela de Arthur Schinizler publicada em 1924 em monólogo interior.
Else é uma jovem vienense de dezenove anos, filha de um renomado advogado, que é viciado em jogo e vive afundado em dívidas. Ela está em um hotel em São Martino, na Itália, com a abastada tia Emma e seu primo Paul. No hotel também estão a senhora Cissy Mohr, uma mulher casada que está tendo um caso com Paul, e o senhor Dorsday, um velho conhecido do pai de Else.
Else recebe então uma carta de Viena na qual sua mãe, desesperada, revela que, caso seu pai não pague uma quantia de trinta mil florins, em poucos dias, será recolhido à prisão. A mãe sugere que, sabendo que o senhor Dorsday se encontra no mesmo hotel de Else, a moça peça a quantia a ele. Else hesita, mas acaba fazendo o pedido. Dorsday, então, propõe uma troca: ele manda o dinheiro ao credor de seu pai em troca de vê-la nua em seu quarto ou em uma clareira no bosque. A jovem, cada vez mais confusa, começa a pensar em suicídio, já que possui várias cápsulas do remédio veronal em seu quarto. Nesse meio tempo, chega um telegrama da mãe informando que a dívida passou para cinquenta florins. Else se despe, veste um casaco por cima e se dirige à sala de música do hotel, onde há diversos hóspedes, entre eles um jovem com quem vinha flertando e Dorsday. Ela despe o casaco e desmaia. Seu primo Paul, que é médico, a leva para o quarto. Lá, em um momento de distração de Paul e de Cissy, Else toma o veronal e morre.
Os temas são os tradicionais de Schniztler: hipocrisia, desejo e morte. A mãe de Else, quando faz o pedido, sabe que Dorsday pedirá uma contrapartida à filha. A vergonha da prisão é menor do que o comércio da moça. Else, por sua vez, fica enojada com o pedido do velho, mas também envaidecida. O tempo todo se compara com Cissy, a amante do Paul, percebendo ser mais atraente. E sente óbvio prazer em se despir e sair despida debaixo do casaco. E a morte está presente desde o início. Desde que recebe a carta, Else pensa na morte do pai e em sua morte como solução para o problema. O interessante é que mesmo que a narrativa se encaminhe para o óbvio - Else fala o tempo todo que quer morrer, chega a imaginar o próprio velório, sonha com a morte, fala no veronal repetidas vezes - nos surpreendemos com o desfecho, graças à habilidade de Schniztler.
Para quem se interessa por estilos narrativos, Senhorita Else é um ótimo exemplo de monólogo interior.
Senhorita Else é uma curta novela de Arthur Schinizler publicada em 1924 em monólogo interior.
Else é uma jovem vienense de dezenove anos, filha de um renomado advogado, que é viciado em jogo e vive afundado em dívidas. Ela está em um hotel em São Martino, na Itália, com a abastada tia Emma e seu primo Paul. No hotel também estão a senhora Cissy Mohr, uma mulher casada que está tendo um caso com Paul, e o senhor Dorsday, um velho conhecido do pai de Else.
Else recebe então uma carta de Viena na qual sua mãe, desesperada, revela que, caso seu pai não pague uma quantia de trinta mil florins, em poucos dias, será recolhido à prisão. A mãe sugere que, sabendo que o senhor Dorsday se encontra no mesmo hotel de Else, a moça peça a quantia a ele. Else hesita, mas acaba fazendo o pedido. Dorsday, então, propõe uma troca: ele manda o dinheiro ao credor de seu pai em troca de vê-la nua em seu quarto ou em uma clareira no bosque. A jovem, cada vez mais confusa, começa a pensar em suicídio, já que possui várias cápsulas do remédio veronal em seu quarto. Nesse meio tempo, chega um telegrama da mãe informando que a dívida passou para cinquenta florins. Else se despe, veste um casaco por cima e se dirige à sala de música do hotel, onde há diversos hóspedes, entre eles um jovem com quem vinha flertando e Dorsday. Ela despe o casaco e desmaia. Seu primo Paul, que é médico, a leva para o quarto. Lá, em um momento de distração de Paul e de Cissy, Else toma o veronal e morre.
Os temas são os tradicionais de Schniztler: hipocrisia, desejo e morte. A mãe de Else, quando faz o pedido, sabe que Dorsday pedirá uma contrapartida à filha. A vergonha da prisão é menor do que o comércio da moça. Else, por sua vez, fica enojada com o pedido do velho, mas também envaidecida. O tempo todo se compara com Cissy, a amante do Paul, percebendo ser mais atraente. E sente óbvio prazer em se despir e sair despida debaixo do casaco. E a morte está presente desde o início. Desde que recebe a carta, Else pensa na morte do pai e em sua morte como solução para o problema. O interessante é que mesmo que a narrativa se encaminhe para o óbvio - Else fala o tempo todo que quer morrer, chega a imaginar o próprio velório, sonha com a morte, fala no veronal repetidas vezes - nos surpreendemos com o desfecho, graças à habilidade de Schniztler.
Para quem se interessa por estilos narrativos, Senhorita Else é um ótimo exemplo de monólogo interior.
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