Personagens: conde e condessa de Gondreville, coronel Montcornet, Barão Marcial de La Roche Hugon, conde e condessa de Soulanges, condessa de Lansac, senhora Vaudremont.
A história se passa em 1809.
A Paz Conjugal começa com um retrato delicioso do período do Império. “Nunca, no dizer dos contemporâneos, Paris vira festas mais belas do que as que precederam e se seguiram ao casamento desse soberano com uma arquiduquesa da casa da Áustria; nunca, nos mais faustosos dias da antiga monarquia, tantas cabeças coroadas se reuniram nas margens do Sena, e nunca a aristocracia francesa fora tão rica, nem tão brilhante como então. Os diamantes profusamente prodigados nos adornos, os bordados a ouro e prata dos uniformes contrastavam tão bem com a indigência republicana que se tinha a impressão de ver as riquezas do globo a rolar nos salões de Paris.Uma embriaguez geral como que se havia apoderado desse império de um dia”. A breve descrição revela o sentimento de efemeridade de quem viveu a época, bem como os costumes, através de tiradas como essa: “De um primeiro a um quinto Boletim do Grande Exército, uma mulher podia ser sucessivamente amante, esposa, mãe e viúva”.
Em seguida, estamos em um baile. E lá, Balzac dá início a uma complexa e bem articulada trama. No baile em casa dos Gondreville, o conde de Soulanges cortejava a senhora Vaudremont. A senhora Vaudremont, ao que tudo indica preferia Marcial. Marcial, por sua vez, observava uma bela desconhecida, enquanto ostentava um rico brilhante no dedo. Apostou com o coronel Montcornet que conseguiria dançar com a beldade. Afinal, conseguiu. A mulher, então, o provocou, pedindo que Marcial desse a ela o caro brilhante que exibia. Ele lhe deu a joia. Ela então revelou ser a condessa de Soulanges, cujo marido havia roubado o brilhante, que era dela, para dar a senhora Vaudremont que, por sua vez, o dera a Marcial. Enquanto isso, a condessa de Landsac, velha dama que armara tudo, explicava a trama à irritada senhora Vaudremont. Foi reestabelecida, então, a paz conjugal.
Colocar tudo isso em um texto claro e bem escrito não é tarefa nada fácil. Essa pequena joia, nas palavras de Paulo Rónai, nos mostra a enorme habilidade de Balzac como narrador. É mais um obra-prima que ficou desconhecida pela prodigalidade de Balzac em criar bons textos.
A história se passa em 1809.
A Paz Conjugal começa com um retrato delicioso do período do Império. “Nunca, no dizer dos contemporâneos, Paris vira festas mais belas do que as que precederam e se seguiram ao casamento desse soberano com uma arquiduquesa da casa da Áustria; nunca, nos mais faustosos dias da antiga monarquia, tantas cabeças coroadas se reuniram nas margens do Sena, e nunca a aristocracia francesa fora tão rica, nem tão brilhante como então. Os diamantes profusamente prodigados nos adornos, os bordados a ouro e prata dos uniformes contrastavam tão bem com a indigência republicana que se tinha a impressão de ver as riquezas do globo a rolar nos salões de Paris.Uma embriaguez geral como que se havia apoderado desse império de um dia”. A breve descrição revela o sentimento de efemeridade de quem viveu a época, bem como os costumes, através de tiradas como essa: “De um primeiro a um quinto Boletim do Grande Exército, uma mulher podia ser sucessivamente amante, esposa, mãe e viúva”.
Em seguida, estamos em um baile. E lá, Balzac dá início a uma complexa e bem articulada trama. No baile em casa dos Gondreville, o conde de Soulanges cortejava a senhora Vaudremont. A senhora Vaudremont, ao que tudo indica preferia Marcial. Marcial, por sua vez, observava uma bela desconhecida, enquanto ostentava um rico brilhante no dedo. Apostou com o coronel Montcornet que conseguiria dançar com a beldade. Afinal, conseguiu. A mulher, então, o provocou, pedindo que Marcial desse a ela o caro brilhante que exibia. Ele lhe deu a joia. Ela então revelou ser a condessa de Soulanges, cujo marido havia roubado o brilhante, que era dela, para dar a senhora Vaudremont que, por sua vez, o dera a Marcial. Enquanto isso, a condessa de Landsac, velha dama que armara tudo, explicava a trama à irritada senhora Vaudremont. Foi reestabelecida, então, a paz conjugal.
Colocar tudo isso em um texto claro e bem escrito não é tarefa nada fácil. Essa pequena joia, nas palavras de Paulo Rónai, nos mostra a enorme habilidade de Balzac como narrador. É mais um obra-prima que ficou desconhecida pela prodigalidade de Balzac em criar bons textos.
Ler Balzac é muito bom mesmo...
ResponderExcluir