segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A Vendeta (janeiro de 1830)

Personagens: Bartolomeu di Piombo, Elisa di Piombo, Ginevra di Piombo, Napoleão Bonaparte, Luciano Bonaparte, Servin, senhora Servin, Amélia Therion, Mathilde Roguin, Laura, Luigi Porta, senhor Roguin (notário).

A história se passa entre 1800 e 1819.
A Vendeta possui como pano de fundo a Córsega e suas rígidas tradições. A história é de um amor impossível entre filhos de famílias inimigas. E entre os personagens estão o próprio Napoleão, Luciano Bonaparte, Murat, Lannes e Jean Rapp.
Ginevra Piombo apaixonou-se por um jovem que se escondia no ateliê de pintura que ela frequentava. Luigi estava se escondendo por ter participado de uma rebelião bonapartista. Ginevra então descobriu que Luigi, além de ser bonapartista como seu pai, era, como ela, da Córsega. Depois de muita insistência, a moça convenceu o severo Bartolomeu di Piombo a receber o namorado. Bartolomeu descobriu, horrorizado, que Luigi era o único sobrevivente da família Porta, cujos membros assassinara em 1800 em uma vendeta. Ginevra teimou com pai e casou-se com Luigi sem seu consentimento. Após um curto período de felicidade, o casal sucumbiu à miséria. Bartolomeu, embora muito rico, não perdoava a traição da filha. Em 1819, Ginevra e Luigi tiveram um bebê. No final, quando o pai resolveu aceitar a filha de volta, era tarde: Ginevra, o bebê e Luigi morreram.
Balzac esteve na Córsega em 1836, depois, portanto, de escrever esse conto. Além da vendeta entre as famílias, ele destaca a rigidez do pai, que não perdoou a filha nem na iminência de sua morte e a camaradagem entre os conterrâneos, ilustrada nas cena do encontro de Bartolomeu com os Bonaparte.
Nessa história de personagens não franceses, o mais balzaqueano é o ambiente do ateliê de Servin, para onde as famílias abastadas enviavam as moças para que aprendessem arte num ambiente de respeito. Balzac deixa claro que o objetivo do ateliê era ensinar noções de arte suficientes para que a donzela fizesse boa figura num salão: “chegava mesmo a recusar as moças que queriam ser artistas e às quais teria sido preciso subministrar certos conhecimentos sem os quais não há talento possível em pintura”. Eis um ambiente típico de Balzac, onde a nobreza decadente e a burguesia próspera se defrontavam entre uma pincelada e outra.
Meu trecho favorito, contudo, é a abertura. A chegada às Tulherias da família corsa, com aquele toque de suspense que Balzac consegue dar a uma descrição comum. E depois o encontro de Bartolomeu com o mais famoso dos corsos

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